terça-feira, 31 de maio de 2011

Canção das mulheres


"Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher." 
(Lya Luft)

terça-feira, 10 de maio de 2011

O sopro do vento....


O ar não entra no peito, o céu está mais turvo, a música não tem mais a mesma batida, o sol não brilha na mesma intesidade, o tic tac do relogio não arranca mais um suspiro, o tempo simplesmente corre e não se para mais. Tudo parece tão calmo que você pode tocar o silêncio, a dor é tão forte que causa êxtase, sentir já não é mais permitido, acreditar se torna impossivel e no fim só se tem uma vontade...Correr.!! Sim, correr em busca do que se deseja, do abraço apertado, da tarde planejada, dos momentos não vividos...mas tudo não passa de uma doce lembrança, ou talvez de um fechar de olhos. As vezes tudo isso está tão perto que não se consegue ver... e renegas involuntariamente, dai mais um dia se passa, a busca continua, a noite cai, o frio vem, a solidão faz acompanhia e a escuridão sacia...o tempo como sempre passa o sol renasce e tudo recomeça, alguns são capazes de ver tudo com alegria, outros enchergam de um segundo plano, como se apenas observassem e tentassem aprender. É possivel, aprendizado é pratica, e cada dia é uma nova chance de tentar...mas para quem não conseguir aprender,  pode ser que um dia o vento venha tão forte que seja capaz de varrer tudo...e levar para longe seja la o que for que se sente....mas até isso acontecer...fica apenas o suspiro atras das cortinas, sem que ninguém perceba...."